13.11.02

VELA NA NAITE BOMBADA

Essa aqui é a seção para a galera que sai à noite, mas não gasta mais de 20 reais, nem freqüenta lugares onde rolam spray de pimenta na cara, como o Hard Rock Café, ou porradaria, como os shows do Chiclete com Banana na Marina da Glória. Depois da Funhouse, outra boate botafoguense, minha velha conhecida Casa da Matriz.

Onde, quanto e quando – Rua Henrique Novais, Botafogo / O preço depende do dia e do gênero. Sexta, por exemplo, é 22 pra homem, sendo 12 de entrada e 10 de consumação. A filipeta, que pode ser imprimida na internet, dá um mísero desconto de 2 reais. / Só não tem festa na terça.

O lugar – uma casa cheia de cômodos. No primeiro andar tem a pista 1 e um bar. No segundo, uma sala com poltronas, outra com vídeo, uma maior com exposição e venda da Xibungo Wear (roupas para as gatinhas alternativóides), uma com Atari (isso mesmo!) e um fliperama e a apertada pista 2.

Quem vai – alternativóides de plantão. Também costuma ir uma playboizada desavisada, que acha tudo engraçado, enche a cara e geralmente nunca mais volta. Com esse tipo de gente os seguranças espalhados pela casa são providenciais. Porém, nunca soube de algum tumulto. Por conta de gente que comemora aniversário lá, muitos caem de pára-quedas. Certa vez encontrei uma colega, habituê da Terê Fantasy. Mal ela me viu, se defendeu: “tive que vir aqui pra festa do meu chefe”. Tá bom.

O que toca – Minha festa favorita era a suspensa Crazy Pop Rock, no sábado, onde tocava desde Blur até Zeca Pagodinho, passando pelos clássicos infantis. Fui na sexta, dia da chatinha Brazooka, só com MPB. Mas minhas atenções estavam voltadas para a pista 2, onde excepcionalmente tocava música brega. Odair José, Mon amour, meu bem, ma famme; Alípio Martins, Piranha e Tira a calcinha; Agnaldo Timóteo, Sorria, sorria; Sidnei Magal, O meu sangue ferve por você; Gretchen - Conga, conga, conga; Sílvio Santos vem aí. Muito bom. Dependendo do dia, toca rock alternativo, pop, música eletrônica, MPB. Nada de axé ou tecno farofa, viu playboizada?

Dica – pra quem for de carro, dá pra parar em frente à boate. Guardadores da casa tomam conta para que o seu carrinho não seja alvejado pelas mazelas da cidade grande.

Ah, graças à promoção da revista Programa, do JB, cheguei cedo e faturei o livro Eu não sou cachorro não, sobre a música brega na ditadura militar. Esse vai furar a fila que anda empacada.