8.11.02

Mais uma lista bacana da revista Domingo, do JB: “as dez bandas mais malucas do underground carioca. Quem vai a lugares como Kachanga, em Botafogo, e o Garage, na Praça da Bandeira, pode se deparar com isso”. Como o site do jornal continua devendo, nem procurei o link e preferi copiar da revista. O mais interessante é que essas listas destoam completamente da revista, cheia de futilidades, como ensaios de moda, colunas sobre o zona sul way of life, essas coisas.

1 – Brasov. Encabeça a lista o grupo mais teatral de todos. Os caras se vestem de porteiro para cantar rock, jingles e até música eslava. Eles também já fizeram shows tocando montados em bicicletas ergométricas.

Fui num show em que eles tocaram “Conga”, da Gretchen, e aí entrou no palco um cara vestido de macaco. Sensacional! Por coincidência, no dia seguinte ao show, Ronaldo voltaria aos gramados pela Inter de Milão, depois da enésima contusão para jogar contra o time romeno do ... Brasov! A banda não esqueceu, e um deles teceu o seguinte comentário: “Vamos quebrar a perna dele!”. Diversão garantida.

2 – Zumbi do Mato. Com letras escatológicas, eles estão quase saindo do underground e virando estrelas. Coisa rara: trata-se de uma banda sem guitarra.

Zumbi do Mato merece um post à parte. Falo deles em breve.

3 – Noção de Nada. Nasceram fazendo heavy-metal, mas agora tocam o que chama de hardcore-veloz “sem espaço para corinhos”, como costumam frisar.

Quem falava muito deles era o meu coleguinha de faculdade, o Marcelo Camelo do Los Hermanos. Nunca ouvi.

4 – Formigas Desdentadas. Que MPB que nada. Estes aqui dizem praticar o estilo PRASIMB: punk-rock alternativo surrealista com misturas bizarras.

Fizeram uma versão punk da musiquinha do júri do Sílvio Santos: “Pedro de Lara, la, la, la, la, la, la...”.

5 – Nabuco on the Roxy. Grupo de glam-rock. Entre plumas e paetês, seus integrantes tocam um som psicodélico com direito a coreografias de cancã.

Glam-rock. Plumas e paetês. Cancã. Sei...

6 – Go!. É uma banda de surf music e isso já soa estranho no meio underground. Mais curioso ainda é que é de surf music instrumental, não tem nem vocalista.

Realmente, se é instrumental não pode ter vocalista. Go! faz dupla com a também praiana Netunos.

7 – Carne de Segunda. O grupo toca em Eu e meu guarda-chuva, pela com trilha de Branco Mello. O inusitado é o estilo: uma ópera-rock infantil.

Outra queridinha do pessoal do Los Hermanos. Na peça, os caras tocam de pijama. É engraçado. Faltou falar como é o som da banda fora do teatro.

8 – A Kombi que Pega Criança. O som nem é tão esquisito e as performances, até bem normais. Estão aqui evidentemente por causa desse nome.

Nos shows eles tocam aquela música do Rei Leão, Hacuna Matata (é isso?).

9 – Cabelo. Enquanto artista plástico o cidadão já provocava polêmica. Virou líder de banda e no palco parece um mix de Marcelo D2 com Zeca Pagodinho.

Corta o cabelo dele!

10 – Rogério Skylab. Decano do underground carioca. Sempre sombrio, faz música sobre câncer e finge que vai esfaquear a platéia.

Preciso falar mais de Skylab?