31.3.05

Para quem não conseguiu votar na Graziele no big brother, um consolo. Hoje é o último dia para escolher "o pior defeito do carioca". A marra liderou folgada a maior parte do tempo, mas ficou tão cheia de marra que a falta de educação encostou ameaçadoramente. Decidam qual o espírito de porco do carioca!
Hoje de manhã passei pelo Maracanã e vi a confusão por causa da venda de ingressos a 1 real pro Fla-Flu.



No meio da gentalha, muitas camisas burro-negras e nenhuma do Flusão.

Tricolor que é tricolor não precisa de migalha.
E a Terri Schiavo, hein? Bem antes de abotoar o paletó de madeira, consegiu o que queria. Fazendo uma dieta a base de vegetal durante 15 anos, ficou magrinha, magrinha....


Pois nem depois de bater as botas a mulher tem paz. Se antes, o marido lutava pela eutanásia e os pais eram contra, agora as duas partes divergem sobre o que fazer com a carcaça.

Um tribunal já decidiu anteriormente que Michael Schiavo pode cremar o corpo da sua mulher e enterrar as cinzas na Pensilvânia, seu Estado natal. Os pais dela, católicos, queriam enterrar o corpo.

Nos próximos capítulos da novela, viúvo e pais vão divergir quanto ao lugar da missa de sétimo dia, aonde será fincada uma estátua e para qual estúdio cinematográfico serão vendidos os direitos para filmar a história da moça.


O Vaticano não gostou da história da eutanásia e prepara o Papa João Paulo II para ter uma conversinha pessoal com a dita cuja.

29.3.05


E não é que pela primeira vez um homem não ganha o big brother?
O menguinho venceu o Voltaço e vai disputar a final da Taça Rio com o Flusão.

Realmente, ser campeão sem vencer o menguinho não ia ter graça...

14.3.05

No dia seguinte da suspensão do Felipe, o zagueiro Scheidt, do Botafogo, se meteu a falar que a pena de 180 dias foi pequena. Foi provocar, e olha o que aconteceu:


Scheidt (à esquerda), foi o pior em campo, falhando nos quatro gols do Fluminense: "Entrei todo borrado", confessou depois da partida.

Como diria o Nélson Rodrigues, estava escrito há 40 mil anos que o Fluminense iria vencer o Botafogo. Até o Papa recebeu alta no hospital. A benção João de Deus!

Agora, o Fluminense decide o que vai fazer com o Felipe. Sou contra rescindir o seu contrato. A pena o impede de jogar no Brasil, mas acho que como castigo ele deveria ser emprestado pros times da Paraíba. Ele não teria clube fixo. A cada rodada, defenderia o adversário do Campinense, time do Marcos Mendes, o cara que o chamou de corno e fez 400 faltas até levar um murro. Desafio mais complicado do que o teste de fidelidade.


O revival dos anos 80, que chegou ao auge (também conhecido como começo do fim) nas festas e nas livrarias, também aportou na publicidade, mais precisamente com Sidney Magal. O cantor-cigano estrela duas campanhas. Na de uma loja de materias de contrução, pessoas cantam O meu sangue ferve por você entre espelhos de banheiro e pias. Noutro, da Fiat, Magal sai de dentro de uma caminhonete todo saltitante (apesar do peso), cantando uma musiquinha sobre paixão. E mais. Nas chamadas do programa do João Kléber, rola Se te agarro com outro te mato, bem adequada ao teste de fidelidade se o quadro não fosse picareta.

Só falta o grande hit, Sandra Rosa Madalena, ser usado - Quero vê-la sorrir, quero vê-la cantar, quero ver o seu corpo, dançar sem parar. Se fosse permitida propaganda de remédio, teria tudo a ver com Prozac, ou anti-depressivos genéricos. Mas, por uma causa nobre, Sandra Rosa seria a trilha sonora ideal para uma campanha a favor do uso de células tronco.
Severino Cavalcanti avisou que a Câmara dos Deputados não é supositório do Executivo.

É verdade. Quem toma no rabo é o povo.


Falando no Severino, quem acha o sujeito tosco deveria conhecer o senador Mão Santa. Seria perfeito se o piauiense fosse presidente da casa, no lugar do eterno collorido Renan Calheiros. Em termos de falar merda, Mão Santa é mil vezes pior do que o Severino. A última foi sobre o aumento dos deputados. Para o senador, os picaretas precisam ganhar mais porque a maioria tem duas, três mulheres para sustentar.

Há outros exemplos citados no livro Transpiauí: uma peregrinação proctológica, do MrManson, editado por mim e que está quase esgotado. Corram para comprar.

10.3.05

Toda semana de aniversário do Rio a carioquice rola desenfreada nos meios de comunicação. Por todo lado é aquela exaltação ao Rio e ao carioca. Este ano, por exemplo, alguns jornais impressos não se seguraram e estamparam como manchete que "O Rio continua lindo". Isso por causa de uma enquete em seu site entre 2 mil e poucos leitores. Melhor foi um leitor deste mesmo site que elegeu a Rua Ceará, perto da Vila Mimosa, como a rua que simboliza a cidade: uma zona.

Pois coube mais uma vez ao telejornal global RJTV ser o ponta-de-lança da cariocada, promovendo uma enquete para apontar o melhor do espírito carioca. A beleza, uma característica externa do ser humano, venceu as concorrentes hospitalidade, irreverência, honestidade, solidariedade e simpatia. Até aí eu concordo, principalmente pelas cariocas.

Mas não se pode encobrir os defeitos. Por isso, a partir de hoje está aberta a enquete "O espírito de porco do carioca", para apontar a pior qualidade do habitante do Rio de Janeiro, seja ele nascido aqui ou "adotado" pela cidade. É só clicar aí no canto de cima e votar até o final do mês.

Os candidatos:

1) MARRA - Carioca tem fama de marrento no país inteiro. A marra já começa pelo sotaque arraxxxtado, que tenta evidenciar anos de praia e de malandragem. Por motivos que vêm do berço, o carioca é abusado. Acha que pode fazer o que quiser, passando por cima do outro. Um dos símbolos mais fortes (à custa de muita bomba) é o pitboy, com os indispensáveis utensílios: o carro violento e o cachorro envenenado. Característica confundida com a Lei de Gérson - o importante é levar vantagem em tudo.

2) FALTA DE EDUCAÇÃO - Cariocas não gostam de sinal fechado, como diz a modorrenta Adriana Calcanhoto. Por isso, quando não avançam o semáforo, buzinam logo quando a luz verde acende. Também constumam cortar o cruzamento, atravancando ainda mais o trânsito. A lista é grande: jogam lixo na rua, sujam as praias, levam o cachorro pra cagar na calçada e não limpam, mijam fora da privada. Regras de civilidade são difíceis de serem cumpridas pelo carioca.

3) DESONESTIDADE - ela veste a farda da PM e o terno e gravata dos advogados. Também inventa defeitos e cobra preços absurdos para consertar o carro e os eletrodomésticos. Costuma usar flanelinhas e vender ingressos de jogos de futebol com a cumplicidade oficial. O carioca acabou sofrendo com a desonestidade vinda de Campos, que se alojou na política e no futebol.

4) INCONVENIÊNCIA - o carioca faz piadinha a toda hora e nos momentos mais inoportunos. Falta de noção que chamam de irreverência. Também conhecido como mala, o sujeito pode estar mais perto do que você imagina: no trabalho, entre os amigos e na família. Dá em cima da mulher sem ela dar a menor condição, pede dinheiro emprestado, toma o chope dos outros. Pode ser o desconhecido que puxa aquele papo desinteressante na fila do banco, no ônibus ou no elevado, e é o dono da verdade. A inconveniência é ainda mais aguda em casos de estado etílico elevado.

5) FEIÚRA - Assim como para o RJTV apelou ao dizer que a beleza é a síntese das outras características do carioca, pode-se forçar uma barra também no caso da feiúra. É feio quebrar o orelhão, furar a fila, se achar o bom só porque tem barriguinha de tanque (e uma torneirinha...). É muito feio dar um murro em jogador do time adversário e pior ainda, construir prédios que desabam. Sem falar naquela vizinha que te dá o maior mole. Feia demais, sai pra lá capeta!

TV, A MÍDIA MAIS TRASH

O programa trash do momento é o Fala Baixada, de segunda à sexta, à 1 da tarde, na Bandeirantes-Rio. Durante 15 minutos, as mazelas da Baixada Fluminense são escancaradas. A produção é tosca como a região. A apresentação do repórter não lembra em nada a assepsia da Globo. Outro dia, denunciaram as péssimas condições de uma parada de ônibus. Crateras no chão, lâmpadas queimadas e banheiros imundos. As trocadoras falavam que para se aliviar têm que pagar 50 centavos para usar o banheiro do bar ao lado. O administrador da parada, um coroa, dizia que estava tudo em ordem e o repórter insistiu para que ele acompanhasse a equipe. O velhaco ficou puto e expulsou a equipe pateticamente. No final do tour, o indignado repórter mostrou o banheiro (ainda bem que televisão não transmite cheiro) fechando com chave de ouro na lata de lixo com camisinhas em volta. Sensacional!

Allan Sieber deveria escrever mais críticas de filmes. A publicada no Jornal do Brasil sobre Eterno amor é definitiva. Vale a pena se cadastrar no site do jornal só para ler a íntegra. Aqui vai um trecho:

A trama acompanha as investigações de uma jovem em busca do paradeiro de seu noivo, dado como morto na Primeira Guerra Mundial. A escolha da protagonista não poderia ser mais adequada para o tipo de cinema assexuado do diretor, a francesa Audrey Tautou, que já havia trabalhado com ele em O fabuloso destino de Amélie Poulain e que, a rigor, desempenha o mesmo papel de garota chata, meio mongolóide e tão sexy quanto um porco espinho. Ah, mas nesse filme ela é manca! Ok, então tudo bem!

Não consegui ver Amelia Polam até o fim. É muita fofura prum filme só. A cena símbolo do filme é a da trepada em que ela fica com cara de retardada enquanto o cara senta a vara. Não sei como ele não broxou.
testes

1.3.05

O RIO DE JANEIRO CONTINUA HORRÍVEL

Meus pêsames para a cidade do Rio de Janeiro pelos 440 anos de (a)fundação. A gratidão a Estácio de Sá é tão grande que ele virou nome de uma deplorável universidade. Estou preparando uma homenagem aos cariocas, que contará com a participação de vocês, meus ínfimos leitores.

Aguardem...
MAR AFORA

A carteira pra pagar meia entrada é das poucas coisas que sinto falta dos tempos de estudante. Pagar 15 reais em cinema, por exemplo, é uma tremenda facada. Por isso, valorizo cada vez mais os cinemas Odeon e Palácio, cujos ingressos não passam de 8 reais. Ambos ficam no Centro, distantes poucos passos um do outro, mas com programações e público distintos. No primeiro, filmes cults vistos por cinéfilos de carteirinha, intelectualóides, alguns "delicados" até demais. O Palácio é dos filmes pipoca, freqüentado pelo povão.

Essa diferença de público também gera comportamentos distintos. Enquanto no Odeon a platéia é totalmente blasé, no Palácio a interação com o filme geralmente é grande. Foi lá que vi a última parte do Senhor dos Anéis, com neguinho urrando nas cenas de batalha como se estivesse torcendo no Maracanã e implicando com a relação homossexual implícita entre os hobbits. Genial.

Assistindo o sorumbático Mar adentro no Odeon, fiquei imaginando como seria a reação da platéia do Palácio. Para quem não viu, um resumo. Ramon fica tetraplégico ao bater a cabeça no fundo do mar. Sem movimentos abaixo do pescoço, luta na justiça para morrer. Julia, uma advogada com uma doença degenerativa, tenta ajudá-lo. No final, o cara consegue se matar. Típico filme que, além da pipoca, deve ser acompanhado de um lenço, snif, snif...

Pois bem. O sobrinho de Ramon é uma tremenda toupeira. Entre as várias burradas, custa a entender um poema em que Ramon o considera um filho. BURRO, BURRO, BURRO!!! gritariam no Palácio. Rola um clima entre Ramon e Julia e eles acabam se beijando. Nesta cena sublime, um engraçadinho no Palácio gritaria AÊÊÊ, SE DEU BEM HEIN! VAI COMER!!! Nas poucas vezes em que aparece o marido de Julia, alguém mandaria um FALA CORNO!!! Um bispo, também tetraplégico, tenta demover Ramon da eutanásia e acaba levando um baile. AÊ PADRE, SE FODEU!!! VAI COMER CRIANCINHA!!!


Ramon e Julia fumando depois da trepadinha