21.2.06

A Rádio Cidade acabou. Vai dar lugar pra Oi FM, de sucessos convencionais. Só lamento por dois programas: o Rock Bola e o Ronca-Ronca. De resto, a "rádio rock" não fará falta alguma. Era uma ode à estagnação. Radiohead ali ficou só no Creep. Guns n´Roses ainda era sucesso.

O panorama modorrento da Cidade não era de hoje. Há uns dez anos o Body Count tocou aqui no Rio, com promoção da rádio. Mas a rádio não tocava Body Count. Liguei pra lá só de sacanegem pra pedi pra tocar Body Count is in the house. O sujeito que antendeu disse "pô, não dá, é muito pesado", "ué, mas vocês não estão promovendo o show?", argumentei. Acho que, depois de mais gente ter pedido a música, eles fizeram um exame de consciência e tocaram Body Count no dia seguinte.

Novidade, qualquer zé mané sabe, não tá mais nas rádios, mas na internet. O sujeito ouve falar, baixa o mp3 e sai por aí ouvindo nos iphodes da vida. A MTV também vem dando uma forcinha. Mas quem dera se pelo menos uma rádio tivesse o espírito do Ronquinha (cuja festa rola hoje no Teatro Odisséia).

Deixemos as Transaméricas e Joven Pans da vida pras cabeças preguiçosas.

Os paulistas não entenderam direito a camisa 111 que o Luisão usa no Flamengo. Não sabem que esta é a idade que o cluble completa este ano. Para eles, como o rubro-negro é time de bandido, trata-se de uma homenagem aos 111 presos mortos no Carandiru.

P.S. - Paulo Campos é o novo treinador do Fluminense. Sem comentários.
Stones é legal, mas não vale o perrengue pra vê-los de graça. U2 é muito bom, mas encarar uma fila bizarra e não conseguir ingresso, é dose. No próximo grande show no Brasil, fique atento para ver quem está organizando. Se for o Luís Oscar Niemeyer, caia fora.

Vi o show do U2 pela TV e achei muito foda. Me dei por satisfeito.
Mas vamos fazer justiça aqui. Quem organizou o show da banda irlandesa foi o Accioly, que, pra falar a verdade, só cuidou da fila e do aluguel, o resto tinha a cara da banda mesmo.

Saudações tricolores! - Venílson

Corrigindo, então: se forem o Luís Oscar Niemeyer e o Alexandre Accioly, caia fora.

19.2.06

I Can´t get no satisfaction

Tumulto, roubo, trânsito parado, gente esfaqueada, show meia bomba. Nunca o refrão do batido clássico dos Stones teve tanto a ver com o clima da praia de Copacabana.



Sympathy for de devil


Bombeiros atendem 600 e dizem que show dos Stones foi um "inferno"

O levantamento dos bombeiros inclui ainda 28 afogamentos, um parto, um atropelamento e três pessoas esfaqueadas. A Polícia Militar, por sua vez, registrou apenas um caso de esfaqueamento.

Parto!? Só falta ter sido durante os primeiros versos de "'Jumping Jack Flash" (I was born in a crossfire hurricane)



Perguntas e respostas padrão na área vip do show dos Rolastones:

Qual a sua música favorita dos Estones?
Todas, todas...

Wanessa Camargo: era muito pequena quando eles tocaram no Rock in Rio...

BNegão, o melhor de todos, respondendo com qual integrante dos estones se indentifica mais:

Fora as questões químicas, Keith Richards



Dúvida final: conseguirá Luciana Gimenez dar um irmãozinho ao Lucas?

17.2.06

Turismo

Não vão levar os Rolling Stones prum passeio na Rocinha?


Perfil do milhão e meio de pessoas que vai ao show:

- Metade não conhece música alguma da banda e só vai porque é de graça e em Copacabana;
- Metade da metade só conhece Satisfaction e se considera fã de carteirinha da banda;
- 200 mil conhecem, além de Satisfaction, StarT me up;
- 100 mil consideram Yesterday a música mais bonita dos Stones;
- 100 mil vão levar algum objeto com a bandeira dos EUA para homenagear a banda;
- 50 mil vão para roubar, brigar e promover o que o carioca tem de melhor, a violência;
- Dos 4 mil convidados vips, metade vai para aparecer na revista Caras. Mulheres desacompanhadas vão com a idéia fixa de engravidar do Mick Jagger.

Quem gosta mesmo dos Stones já tá velho demais pra se meter numa roubada dessas e vai ver pela tv.

14.2.06

Brasileiro é cortado por doping na Olimpíada de Inverno

Só faltava essa pra tornar a participação do Brasil na Olimpíada de Inverno ainda mais ridícula. Brasileiro na neve é que nem gringo tentando sambar. Não levam o menor jeito e ainda acham que tão mandando bem...

13.2.06

Não sei porque valorizam tanto o fato do Lula estar há quase 50 dias sem beber. O cara já faz tanta merda sóbrio...


Tinha até cego na torcida do América

Ontem tive a experiência mais bizarra em um estádio de futebol: assisti à final da Taça Guanabara, entre Botafogo e América na torcida americana. Indo para o Maracanã lembrava da semifinal do Campeonato Brasileiro de 1986, entre América e São Paulo, quando o Maraca ficou completamente lotado por torcedores de todos os times do Rio. O América empatou em 1 a 1 e foi eliminado, já que perdera a partida de ida no Morumbi por 1 a 0. 100 mil pessoas não paravam de gritar "saaaangueeee", o placar eletrônico piscava anunciando o Baile do Diabo, policiais jogaram no chão e pisaram numa bandeira do São Paulo. Voltei à realidade quando, já perto do estádio, um botafoguense gritou "sangue de cazuza". Sim, estava com a camisa rubra, que eu nunca imaginei que fosse usar no Maracanã, apenas nas minhas discotecagens bregas. Assim como eu, também estavam paramentados de tal maneira boa parte dos meus colegas de missão oligofrênicos, a maioria flamenguista.

Achei que o anel das arquibancadas ficasse dividido meio a meio. Pura ingenuidade minha. A cachorrada tomou 3/4 do espaço. Mesmo assim, aquela história do Nelson Rodrigues sobre os tricolores vivos que saiam de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas para torcer pelo Fluminense no Maracanã serve mesmo é para a torcida americana. As arquibancadas pareciam postos do INSS. E não era só velhinho não. Tinha muita velhinha que largou o crochê e o programa do Raul Gil naquela tarde de tempo ruim. Devia ter gente que acompanhou todos os sete títulos estaduais do América, sendo que o primeiro foi em 1913.

Mas nenhuma presença ali pôde ser comparada a de um cego. Óculos escuros, bengala, ele subia as escadas da arquibancada amparado por um acompanhante. Nem radinho de pilha ele usava. Veio pra sentir o jogo.

Outra peculiaridade da torcida americana é a presença da charanga, bandinha que toca sucessos de carnaval e afins. Que eu saiba, além do América, só o Bangu também tem charanga. O Flamengo também tinha, mas foi substituída por outro grupo, o de extermínio. Mas o som da charanga era abafado pelas cornetas dos torcedores, sopradas toda vez que o Botafogo tinha a posse de bola. Ironicamente, na hora do terceiro gol alvinegro, que matou de vez o América, a charanga tocava Pelados em Santos, dos mortos dos Mamonas Assassinas.

Na derrota ou na vitória seria fácil distinguir quem ali torcia realmente pro América. O verdadeiro americano ficou com cara de bunda, chorou, sentou desolado. Consolei uma amiga que, não feliz em ser gótica, ainda torce pro América. Acabei fazendo o mesmo com o arrasado José Trajano.

Na saída, a provação. Do lado de fora do Maracanã, éramos meia dúzia de "americanos" andando na direção contrária da horda alvinegra, sendo sacaneados por causa de um time pelo qual não torcemos. Respondi gritando "Fogão, geladeira, microondas". Um típico alvinegro, que há quase dez anos não ganha título algum, desabafava: "botamos um OB alvinegro no América e o sangue acabou".

9.2.06

Se esse livro foi lançado no final do ano passado, certamente foi best seller dos amigos ocultos do trabalho.

8.2.06

Comercialzinho mixuruca esse o do banco Santander. Os caras gastaram 100 milhõe de dólares pra chamar meia dúzia de jogadores da Seleção batendo bola numa arena de touros. Será que não sobrou grana pra pagar um roteirista de algum comercial da Nike (como o do aeroporto) ou da Pepsi (o do Ronaldinho Gaúcho surfista)?
Eleição no Haiti deixa pelo menos três mortos

Ou seja, votar no Haiti é tão perigoso quanto a ir no show do RDB.
E o América, hein? Vai ter mulher atrasando a mestruação só pra chegar no domingo e gritar SAAAANGUEEEEE!!!!
Políticos fumam maconha em frente ao Parlamento Italiano

Lá na Itália foram seis deputados federais. Aqui no Brasil o Gabeira daria conta sozinho.

2.2.06

Morar no Rio é assim. Nas férias das balas perdidas, ou você morre na enchente ou morre de dengue.

P.S. - só falo de futebol a partir da Taça Rio...