TERÊ FANTASY, PAGUE (MUITO) PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR
Carta publicada na revista de Domingo, do JB, a respeito da matéria sobre a festa à fantasia muito apreciada no meio intelecto-fisio-culturista carioca.
Terê Fantasy
No sábado, dia 21 de setembro, nós também estivemos na festa à fantasia bastante propagandeada por sua segurança, organização e presença de famosos e meros mortais dispostos a pagar até R$ 180 por bebidas e comidas liberadas. Essa festa, que tinha de tudo para ser um sucesso, nos deixou com uma única certeza: Terê Fantasy nunca mais.
Já no transporte para a cidade, que custava R$ 15 para mulheres e R$ 20 para homens (ainda não entendemos o porquê da diferença de preço, uma vez que cada pessoa só ocupa um lugar), dezenas de rapazes foram cheirando lança-perfumes nas duas horas de viagem até Teresópolis. Na entrada da festa, centenas de convidados se espremiam na chuva e no frio para tentar ingressar. No retorno ao Rio, dezenas de pessoas se acotovelavam na porta do ônibus, imperando a lei do mais forte. Cigarros de maconha começavam a ser acesos durante a viagem. Reclamamos e fomos alvos de chacota. Chamamos o segurança presente no ônibus, mas ele tragou um baseado, sendo agraciado com uma salva de palmas e gritinhos de felicitação.
Viviane Silva e Carolina Oliveira, Rio de Janeiro
Vários pontos a serem comentados:
* Qualquer pessoa atenta sabe que essa troço é pra playboyzada, onde todo mundo fica disputando pra ver quem fica com mais mulher. Certa vez, um colega meu, playboy freqüentador dessas merdas, disse que numa festa dessas ficou com mais de 20 garotas. Avaliando que essas 20 devem ter ficado com outros 20 caras, o que rola de beijar boca de homem por tabela é uma festa.
Fora os bola-gatos que devem rolar nos cantões;
* As comidas e bebidas liberadas geralmente acabam cedo. Essa gente civilizada avança na mesa como os famintos avançam nos restos de comida queimada da Cohab;
* Já vi um playboy cheirar lança-perfume e posso dizer que foi uma das cenas mais deprimentes que vi na minha vida, só comparável com a coreografia do hit baiano "é o bicho, é o bicho, vou te devorar, crocodilo eu sou";
* Música é o que menos importa. Ninguém vai lá pra dançar ou pra ouvir tal DJ. A produção da festa poderia economizar. Em vez de contratar DJ´s e equipamento de som, bastaria apenas sintonizar a rádio Jovem Pan;
* A diferença no preço do transporte se justifica. Na passagem dos homens está incluída taxa de transporte de bebidas e drogas;
* Alguns playboys não usam apenas a força pra entrar no ônibus da volta. Fazem o mesmo pra “conquistar” as mulheres. Que por sinal devem gostar do primitivo processo, caso contrário não iriam nesse tipo de lugar;
* As garotas que escreveram a carta não falaram com quantos caras ficaram. Se não falaram com quantos caras ficaram, não devem ter ficado com ninguém, portanto devem ser barangas;
* Pena que esse tipo de ônibus dificilmente seria parado numa blitz policial. E se isso acontecesse, fatalmente uzômi teriam as mãos molhadas (não pela chuva). E ainda assim, se as duas moças da carta reclamassem dos maconheiros filhinhos de papai, o policial certamente teria a mesma atitude do segurança;
* Festa a fantasia que se preza tem cafofo com fotógrafo escondido. É obrigação da Globo.com organizar isso pra próxima edição da festa.
* Pra finalizar: quem paga R$ 180 reais pra passar por tudo isso, independente de qual tribo pertence, tem que ser muito otário ou não ter noção do dinheiro.
* Pô aê, sinistro...