“A PICA ENTROU!!!”
Como hoje é dia de Fluminense e Vasco, aí vai uma singela historinha vivida por mim durante este clássico de mexer com os brios.
Num Maracanã debaixo de um temporal, Fluminense e Vasco jogavam pela primeira fase do Rio-São Paulo de 1999. De um lado, um Flu humilhado pelo rebaixamento para a série C começava a se reestruturar sob o comando de Carlos Alberto Parreira. Do outro o Vasco, então vice-campeão mundial.
Fui com um querido e saudoso vascaíno e por isso sentamos na arquibancada do meio, onde as torcidas ficam misturadas. Mal o jogo começou e o Vasco fez 1 a 0. Um bacalhau imundo percebeu que eu era tricolor e começou a me provocar. “Felipe, não esculacha não! Joga só dez por cento do que você sabe!”, enaltecia o estúpido nos meus ouvidos. O Flu virou o jogo com dois gols de falta do medíocre volante França, ex-vascaíno cuja única especialidade era justamente essa, bater faltas.
No começo do segundo tempo, o Vasco empatou e o bacalhau imundo voltou com a carga: “A pica tá entrando! A pica tá entrando!!!”. Continuei na minha. O Flu fez 3 a 2, com Roni, numa bola que quase não entrou por causa do campo encharcado. O Vasco pressionava, dando esperanças pro bacalhau imundo. Foi aí que o Flu fez 4 a 2. O bacalhau imundo descia a arquibancada desolado, quando não agüentei e fui à forra: “A PICA ENTROU!!! A PICA ENTROU, FILHO DA PUTA!!! A PICA ENTROU NO SEU CU!!! NENSEEEE, PORRA!!!”.
No clássico seguinte, no Estadual daquele ano, o demônio-mór do futebol Eurico Miranda havia dito na semana da partida que o Vasco venceria por 3 a 0. Fui ao jogo, com o mesmo vascaíno, já temendo pelo pior. Não deu outra e o Vasco venceu justamente por 3 a 0. A torcida cruz-maltina urrava: “Eu-eu-eu, o Eurico prometeu”.
Felizmente naquele dia não o bacalhau imundo não tinha ido ao Maracanã.