O VERDADEIRO BIG BROTHER
Domingo assisti ao Big Brother. Não esse aí que faz com que a Globo interropa sua programação pra informar num plantão o primeiro beijo de Kleber e Xoxaiane. O que vi foi 1984, filme baseando no livro do George Orwell. É um filme meio pesadão, tem que ter um pouco de saco pra ver. O Big Brother é o estado espalhado por todos os cantos em forma câmeras de tevê, observando e oprimindo os cidadãos. Ninguém pode pensar por si próprio ou se expressar. E pior: são proibidos de dar umazinha. Só recebem boas notícias de realizações de seu governo e do front da guerra contra a Eurásia. Smith é o “herói” que se rebela contra tudo. Ele registra seu descontentamento num caderno escondido e arranja um lugar, à princípio seguro, pra dar umas bimbadas. Acaba sendo preso como traidor e é submetido a uma lavagem cerebral. Por alto é isso que o filme conta.
No filme, uma das formas de domínio é a destruição da língua original em detrimento de uma nova. Pela quantidade de “fala sério, galera", "é show, mermão", "mandou bem", "tipo assim, sei lá", "na pressão" e meia dúzia de palavrões (como bem escreveu Joaquim Ferreira dos Santos), a nossa língua já está sendo destruída pelo Big Bosta global.