Praça XV, domingo de tarde. Um encontro evangélico resulta na concentração do maior número de pessoas mal vestidas daquele momento no Rio de Janeiro (o jogo do Flamengo foi no Paraná, 4 a 1 pro Atlético Paranaense). Vou descer a escada rolante (que por sinal não rola) pra pegar o ônibus no mergulhão. Uma está fechada. Me encaminho pra outra escada, que também está, digamos, “interditada”. Uma mulher e suas duas filhinhas, com indumentárias de festa junina de cadeia, posam pruma foto no último degrau da escada. A “fotógrafa” consegue se complicar com uma máquina vagabunda.
“Ih, não é aqui que aperta não, peraí”.
Buscava o ângulo perfeito. Botava a máquina em pé, deitada, tentava novamente em pé. Durante intermináveis 30 segundos fiquei parado ao lado da “fotógrafa”, aguardando o desfecho da complexa operação. Fiquei imaginando. Se elas tiraram foto numa escada rolante parada, também devem ter tirado na porta do banheiro químico. Foi então que a “modelo” viu a minha satisfação:
“Peraí, deixa o moço passar”.
Dei mole em não ter deixado o meu endereço pra elas me mandarem uma cópia da foto. Deve ter ficado binhiiita!