24.3.03



Vou me limitar a reescrever a legenda da foto que saiu no caderno de informática do Globo desta segunda: “Nos encontros do Conselho Branco, que acontecem duas vezes por mês, os participantes, vestidos de elfos e hobbits, teatralizam as batalhas de ‘O Senhor dos Anéis’.”

Clique aqui para ver a foto ampliada. Observe atentamente cada integrante e escolha qual deles você quer mandar pra uma viagem sem volta pra Terra Média.

Só um adendo: “acontecem” está mal empregado. O certo seria “realizam-se”, pois acontecer é algo não programado. Exemplo: “A suruba será realizada na sexta”, e não “A suruba acontece na sexta”.

Puxa vida, o Oscar de melhor filme foi pro razoável Chicago. Eu crente que dessa vez o Senhor dos Anéis ia ganhar...

Pois graças à guerra o Oscar deixou de ser uma das transmissões mais modorrentas da televisão, juntamente com o desfile das escolas de samba e o show da virada do ano. Michael Moore – que levou o Oscar de melhor documentário com “Tiros em Colombine”, sobre a cultura armamentista estadonidense – levou seus concorrentes ao palco e soltou o verbo, como era esperado:

“Gostamos de não-ficção e vivemos em tempos fictícios. Vivemos em um tempo em que temos resultados eleitorais fictícios, que elegem presidentes fictícios. Vivemos em um tempo em que temos um homem nos mandando à guerra por razões fictícias. Que vergonha senhor Bush! Seu tempo acabou, senhor Bush.”


Senhor Bush, o senhor e a guerra são fictícios, mas a trolha que vai entrar no seu rabo, não.

Que beleza!