11.6.02

Rock das Aranhas



Finalmente assisti ao tão falado Cidade dos Sonhos. Acho que mesmo se ler tudo o que foi publicado a respeito dos mistérios e das dicas será perda de tempo assistir de novo. Não vou entender porra nenhuma de caixa e chave azuis, agenda preta, protagonista que muda de nome, cowboy etc. Melhor é se deliciar com a cena das duas personagens principais que bem poderia ter a trilha sonora do Rock das Aranhas, do Raul Seixas.


* Harlod Bloom, um polêmico crítico literário dos EUA, recebeu um prêmio de 75 mil doletas na Catalunha por ter "contribuído para o desenvolvimento humano e científico do mundo". O estadonidense andou dizendo que Harry Potter é um absoluto lixo, W. Bush é um semi-analfabeto e sua compatriota Tony Morrisson é uma pessoa maravilhosa mas seus três últimos romances não são bons.

Minha vez: O senhor dos anéis é coisa de viado, Lula é um completo analfabeto e Rubem Fonseca é uma pessoa estranhíssima e seus três últimos livros são chatos pra cacete.

Cadê o meu prêmio?


* Vou reconsiderar o que disse a respeito da Cinemateca do MAM. Lá estão guardadas todas as pornochanchadas produzidas no Rio e Canal 100. O MAM fica em frente ao mar, o que oxida os rolos dos filmes. Isso tem que ser preservado. Agora, os filmes do Gláuber Rocha pode jogar no lixo que não vão fazer falta.


* Como jornalista não dá pra deixar de falar nessa bosta que aconteceu. Vejam só. Em vez de chamar a polícia, o morador da favela incomodado com os bailes funks pornôs preferiu ligar pra redação da Globo. Hoje o cidadão acredita mais no poder da imprensa do que no do Estado. Se a companhia de esgoto não consertou o bueiro da rua, apesar das várias reclamações, escreve pro jornal, liga pra TV ou pra rádio. A solução geralmente vem num estalo. É melhor enfrentar problemas nos obscuros corredores da Justiça do que à luz da imprensa. Como o caso recente da igreja Renascer, denunciada pela Globo de maneira semelhante ao ataque à Universal, quando ambas cresceram e passaram a incomodar os globais.

Cabe aqui a pergunta do editorial do JB: mandar um jornalista pruma favela nos dias de hoje é válido? A imprensa, infelizmente, está pagando por ser o quarto poder.