26.8.02

Quero deixa claro ao Odisseu Kapyn, do Cocadaboa, e aos meus digníssimos leitores que ao contrário do que ele escreveu eu não tenho A MENOR INTENÇÃO de ir ao show do Absinto, o do ursinho blau-blau, na Casa de Cultura Estácio de Sá. Primeiro, porque eles vão tocar RPM e quem vai ao show dessa banda pra ver a cobra do Paulo Ricardo em óculos 3D é o próprio Odisseu. Segundo porque até hoje duvido da existência de um lugar com esse nome. Definitivamente, cultura e Estácio de Sá são que nem água e óleo, não se misturam. Terceiro porque é na Barra da Tijuca e pouquíssimas coisas, como show do Carequinha ou festa do Fluminense, me fariam me despencar até este lugar. E por último, eu nunca daria 15 reais, o preço do ingresso, praquela bicha do Silvinho cheirar pó.

Falando em shows podres, nesse domingo estive no do Caetano Veloso, na praia de Copacabana (o que a gente não faz pela cara-metade...). Pra cantar Haiti não é aqui ele chamou o rapper MV Bill. Trocou o maconheiro broxa do Gilberto Gil por uma carne mais nova. Esse é o Caetano 60.

Mais cedo, vendo o meu Flusão empatar sabe-se lá como com o Santos, me lembrei da partida entre os dois times no Campeonato Brasileiro de 2000, quando no Maracanã o Flu venceu de virada por 2 a 1. Trabalhava em São Paulo e vim pro Rio na sexta à tarde. Por coincidência peguei o mesmo vôo do time do Santos. No saguão de embarque o recém-contratado Edmundo se divertia contando historinhas pros jogadores. No avião sentei na poltrona atrás do goleiro Carlos Germano, louco pra quebrar a perna do goleiro. Dodô sorria que nem um idiota enquanto a aeromoça explicava os procedimentos em caso de emergência. Sequei os jogadores a viagem inteira. No sábado, terminada a cobertura de um torneio de atletismo no complexo do Maracanã, bastava alguns passos para eu pegar o segundo tempo de Flu e Santos. O Santos vencia por 1 a 0 e o Flu não jogava nada. Perto do final do jogo, dois cruzamentos e duas cabeçadas certeiras de César fizeram com que a torcida tricolor esquecesse da geografia e gritasse pro bando santista: “Ê, Ê, Ê, Ê! Praia de paulista é o Rio Tietê!”.