9.8.02

A estréia do Romário no meu Flusão levará pelo menos 50 mil pessoas ao Maracanã neste domingo. Deverá ser como Nélson Rodrigues imortalizou. “Os tricolores vivos sairão de suas casas e os mortos, de suas tumbas”. Confesso que ainda estou com o pé atrás. Como disse o tricolor Millôr Fernandes, “não conheço nada mais antifluminense que Romário”. Por enquanto, me divirto com os vascaínos viúvos do Baixinho e com os flamenguistas humilhados. Todos são quase unânimes em rogar pragas. Ou quase. Um colega meu vascaíno quer ir aos jogos do Flu pra ver Romário. “Você tem agora um dos maiores jogadores da história do futebol”, setenciou.

A dor de cotovelo mais ridícula foi a do jornal O Globo. No sábado passado, dia seguinte do acerto entre Romário e o Flu, o jornal estampou uma foto de 1999, na qual o pessoal do Casseta & Planeta estica uma camisa no corpo do jogador com os dizeres “Não use drogas. Não torça pro Fluminense”, mais ou menos assim. A legenda diz que o jogador havia ironizado o clube, quando na verdade os autores da piada foram Bussunda & cia. Tanto que Romário se recusou a vestir a camisa. A diretoria do clube ficou revoltada e conseguiu na justiça que a brincadeira não fosse ao ar. O Casseta respondeu à altura mostrando os três gols do Friburguense, que havia vencido o Flu naquele fim de semana por 3 a 2 no Maracanã.

O interessante é que dois dias antes a Folha de São Paulo disse que Romário tinha acertado com o Flamengo graças a um empurrãozinho da Globo, interessada na audiência que o jogador poderia trazer ao “clube mais popular” do Brasil.

# Faz alguns anos que a minha mãe pegou pra mim um autógrafo do Romário numa churrascaria. Me senti ofendido quando ela me deu aquele pedaço de papel. Agora não lembro se larguei no meio das minhas tralhas ou se rasguei. Vou procurar.