26.8.02

Fui numa mostra de seriados antigos no mezanino da Cobal do Humaitá. Matei saudades do melhor da cultura milenar japonesa: Spectreman, Ultraman, National Kid, Jaspion. Pra minha alegria o galera do fã-clube do Star Wars estava lá, jogando RPG, discutindo pra ver qual jedi tem o maior sabre, essas coisas. Pena que não tinha ninguém fantasiado, como no Jedicon (vejam as fotos, imperdível).

Estava eu observando o movimento quando chegou um casal daqueles que freqüentam boates da Barra da Tijuca, pra devolver um filme na locadora. Quando viu os nerds, a moça fez cara de assustada, enojada. Típica reação desse povo quando vê alguém diferente deles. O playboy parou diante da vitrine onde estavam expostos uns brinquedos antigos. De boca aberta (outra típica reação para a mesma situação) deve ter pensado “pô aí, playmobil! Pó, isso era do meu tempo... que sinistro aê, pode crer”.

Esse encontro involuntário de tribos distintas é uma coisa que eu adoro presenciar. Sociologia trash.

Saí da sessão e para o meu deleite uma televisão instalada no mezanino passava um vídeo com nerds fantasiados de personagens de Star Wars numa sala de um apartamento. “Será que vai rolar putaria?”, perguntei pro meu chaveiro do Ultraman. De repente um cara levanta do sofá, fala alguma coisa inaudível (o volume estava baixo), bota um capacete do Darth Vader e saí da sala, para surpresa da princesa Leia. O pessoal do fã-clube estava todo concentrado num canto, pareciam envergonhados. Fui embora antes que explodisse de tanto rir.

Finalmente encontrei o motivo pelo qual valeu a pena o George Lucas ter retomado a série Guerra nas Estrelas. Os dois filmes são absolutamente dispensáveis, mas pelo menos mantiveram essa galera ativa, divertindo as galáxias.