10.2.03

Sábado, final de tarde na praia de Ipanema. Vinha andando do Posto 10 ao 9, achando graça na concentração das pessoas em frente ao 9, enquanto que no resto da praia sobrava espaço. Passei por uma barraca com o pavilhão tricolor pendurado, não resisti e falei pra barraqueira: “Essa bandeira aqui é mais importante que a do Brasil!”. “É, mas esse time tá mal”. “Mal nada, vamu dá uma surra no Flamengo”, disse profeticamente.



Chegando ao lotado território do Posto 9, o cheiro opressor não vinha da maconha, e sim do queijo coalho. Parece que o pessoal anda mudando de droga. Comecei a ouvir um barulho ao longe. Deve ser uma reive, pensei. Andando mais um pouco, identifiquei a música: Pluct Plact Zum! Fantástico! Não, Superfantástico, a música seguinte que o DJ careca tocou. Um casal dançava discretamente em frente à barraca do DJ. Um mané reclamou da música e o colega de grupo contemporizou: “Ah, mas o Djavan canta!”.



Agora foi a foto certa, a do Posto 9!
E a droga da vez, o queijo coalho


Enquanto um sujeito fazia malabarismos, coisa tão comum no referido posto quanto pombos na areia, o DJ mandou Lindo Balão Azul. Depois tocou uma música da Baby Consuelo e eu fui embora pensando: e nego ainda precisa de maconha pra viajar.


A galera do posto 9 como sempre dando bandeira

Em frente a um salão de beleza, na Vinícius de Moraes, havia uma imensa gaiola com uma exuberante arara branca, daquelas que têm um penacho na cabeça. Me aproximei pra ver se o bicho era de verdade. Apesar de quase não se mover, sim, era um ser vivo! Para se ter uma idéia do nível do salão, o corte masculino custa 38 reais e o feminino, 60. A justificativa estaria no aviso de que “nossos produtos são de primeiríssima linha”. Comentei com a arara. “Pô, você deve ter que aturar um monte de gente esnobe, hein”. Ela permaneceu imóvel. Deve ter ficado besta também.

Se várias padarias vêem apelando ao diminuir o tamanho do pãozinho pra não ter que aumentar o preço, a Martinica, esquina de Vinícius com Visconde de Pirajá, apelou mais ainda. Desta vez, para faturar com o pessoal que freqüenta a praia em frente à rua Farme de Amoedo. Dando uma olhadela atenta nos biscoitos, vi que alguns tinham formato de piru. Mas um piru meio atarracado. Me pareceu que usaram algum desses caras que tomam bomba na academia como fôrma. Restavam poucos “biscoitos piru”. Sinal de que a turma da Farme já devia ter passado por lá.