1.2.03

E num rancho do Texas, uma garotinha encontra o que pode ser um vestígio da nave Columbia, provavelmente do astronauta israelense:

“Mamãe! Mamãe! Achei uma mão fechada!!!”


* A melhor cobertura do acidente da nave espacial foi, sem dúvida, a do programa do Gilberto Barros, na Bandeirantes. Tendo como fundo uma providencial musiquinha canhestra pra dar aquele clima de tristeza, o apresentador, também conhecido pela alcunha de Leão, mostrou todo senso de improvisação, também conhecido como enchessão de lingüiça, que só os comunicadores natos possuem:

“A nave não fez comunicação! Isso é um absurdo no século 21!”
“A nave mandou um barulho e não deu mais sinais!”


Atento às imagens da CNN, repetidas à exaustão, Leão mostrou um conhecimento científico notável e sensibilidade à flor da pele:

“Olha aí a nave saindo da estratosfera e entrando na atmosfera! São milhões, pelo menos milhares de graus centígrados!”
“Estou abismado com o estado de choque do âncora da CNN!”


Para mostrar que os astronautas são gente como a gente, Leão humanizou a vida no espaço e, eureka, desvendavou o motivo do acidente:

“Pra você ter noção do que é um ônibus espacial, não existe luxo dentro de uma nave espacial!”
“Algumas placas de teflon do tamanho de um quarto de uma folha de papel almaço se soltaram da nave!”


Um quarto de papel almaço? Não era mais fácil falar metade de uma folha de papel? Dava pra ver a tristeza forçada nos músicos da banda do programa. Só esqueceram de avisar pruma dançarina que deixava escapar seu sorriso automático. Mas o melhor de todos foi quando Leão, exausto, anunciou:

“Enquanto eu absorvo as notícias dos Estados Unidos, fiquem com Rouge, do programa do ano passado!”

Veio a Ragatanga, depois Leão no baile funk do Salgueiro, mais à vontade do que pingüim no deserto, e o concurso Garota Égua Pocotó. Finalmente o sabadaço voltou ao normal.