6.2.03
Dessa vez a loura do Cidade dos Sonhos
não bota a aranha pra brigar. Uma pena...
Nessa quarta fui assistir O Chamado, o tal filmezinho de terror que foi comparado à Bruxa de Blair. Como acho um absurdo pagar até 14 reais por um ingresso de cinema e não tenho carteirinha de vagabundo, digo, de estudante, fui pela primeira vez ao Palácio, no Centro. O cinema da Rua do Passeio é dos últimos de rua do circuitão. A sala 1 do Palácio, com 660 lugares, é a quarta maior do Rio, perdendo pro Largo do Machado (880), pro Odeon e pro Leblon (714 lugares cada um).
Com o ingresso a 6 reais todas as quartas, a fila da bilheteria vai até a calçada. Mais barato que isso só nos cinemas da Ilha do Governador, de Guadalupe e da Penha, que dependendo do dia custam 5 reais. E pra ver um filme do circuitão pelos mesmos 6 reais só indo ao Cândido Mendes, em Ipanema, ou ao Cinemark de Vicente de Carvalho, em determinados dias.
Como o Palácio junta gente de vários cantos do Rio, parece um cinema-rodoviária. Quem se destaca é a galera suburbana e gaiata, que adora “interagir” com o filme. Logo no começo d’O Chamado, duas garotas falam sobre a tal fita de vídeo que mata sete dias depois quem a assiste. A garota que viu a fita explica pra outra que o aviso vem por telefone: “sete dias”, sussurra uma voz. O telefone da casa toca. Suspense. Um palhaço da platéia grita: “É A MÃE DELA!!!”. E é mesmo. Risos nervosos. A mulher do meu lado acha graça mas reclama: “Se já assistiu o filme sai do cinema!”.
Num momento de suspense, uma garota da poltrona solta aquela interjeição de susto bem alto, tornando a cena patética. Mas o mais sensacional foi quando a jornalista toma um susto com uma lacraia. Um zé mané invocou o MC Serginho: “VAI LACRAIA, VAI LACRAIA!!!”. Comédia total.
Devia ter visto o senhor dos anéis no Palácio.