20.9.04

Uma semana depois de atropelar os flavelados e dois dias após o triunfo sobre o Criciúma, nada melhor do que saborear a crônica de Cláudio Lampert, no Epinion. Abaixo, o melhor trecho.

(...) Para tudo nessa vida deve haver exceção. Aposentei deus por completo. Há anos não faço o sinal da cruz. Não gosto de padre. Não gosto de madre. Não digo amem à porra nenhuma. Nada, nada, nadinha. Sou um buraco, um laje, um descrente.

Mas a exceção permaneceu viva. Existe um segmento onde sinto cheiro, onde pressinto, onde me ajoelho. Onde peço e prometo. Onde pago e cumpro e arrisco e me destruo. Onde acredito num Deus perverso, que dá as cartas e decide sempre em favor daquele que fez o dever de casa correto, que cumpriu à risca sua missão, sua rotina. Aquele que levou a sério. Que não foi lá se divertir, rir, bater papo e dar gargalhada.

A Young Flu não é lugar de galhofa. O Maracanã não é lugar de divertimento. É lugar de trabalho. E o Fluminense Futebol Clube é, ao lado do curumim, a minha grande razão de viver. As únicas coisas que amo nessa vida por escolha e não por imposição. Não escolhi meus pais, minhas irmãs, avós, pátria. Até amigo você não escolhe.

Eu escolhi o Fluminense. E vivo um calvário desde 1973, quando me encantei e me viciei nesse esporte.

Nada é mais bonito que o futebol. Nada supera a visão da rede estufada.

Nada, nada, nada é mais dignificante do que estar atrás do gol, sempre no mesmo lugar, vendo o seu time atacar contra a meta que você guarda.


Tirando a Young Flu, perfeito. Não simpatizo com quaisquer torcidas organizadas, inclusive as do meu time. Fica difícil aceitar a existência de uma torcida chamada "falange rubro-negra". Falange, para quem não assiste o Passa e Repassa, é o coletivo de anjos. No mais, Lampert, a bênção João de Deus. A crônica completa está aqui.