24.5.04

WELA NA NAITE BOMBADA

Finalmente em São Paulo, pude conhecer a Trash´80. E foi num dia especial. Sábado passado, a festa completava 2 anos. Para entrar, fiz algo que não me sujeitaria em lugar algum do Rio: esperar uma hora na fila. Deprimente, eu sei. Pelo naipe das pessoas arrumadinhas na fila, a sensação é que a festa acontecia na zona sul do Rio ou na Barra da Tijuca. Levando-se em conta que paulista se arruma até pra ir no shopping e pelo preço do ingresso - 25 pratas - nem me surpreendi.

Um adendo. Esse negócio de fila é estranho. Os organizadores das festas forçam a formação de filas nas portas das boates para chamar a atenção. A pessoa passa em frente, vê a fila e acha que o lugar está "bombando". O mais escroto é que na maioria das vezes, lá dentro só tem meia dúzia de gatos pingados. Realmente não sei o que leva as pessoas a julgar um lugar pelo tamanho fila...

No caso da Trash, a espera se justificava. Lugar abarrotado, mal dava para andar. As músicas não eram diferentes das que eu costumo tocar nas minhas canjas trash, nem das festinhas anos 80 aqui do Rio. Mas o lugar tem um charme especial. Salão com balões azuis, vermelhos e amarelos pendurados, a disposição dos DJ´s, como estivesse em um palco, e o principal: a galera no clima.

Tirando algumas obviedades, como Wando, Dominó, Tremendo, Erasure e Right Said Fred, sobraram algumas surpresas no repertório, como a música de um comercal da Estrela ("a Estrela é nossa companheira, nossa brincadeira, nossa diversão") e a "Namoradinha do Menudo". No meio da madrugada, a atração era a Rosana, a pior garota propaganda do Botox.

Chegar aos dois anos com essa festa não dever ser mole. Até porque esse é o tipo de festa que enjoa rápido. Uma coisa é certa. A década de 80 pode ter sido a mais trash em termos de cultura pop. Mas não falta lixo nas décadas anteriores, na de 90 e na atual.