6.9.06



Foi um domingo de fortes emoções. Primeiro, no aniversário de minha progenitora, tocando o parabéns do Carequinha. Sim, ela também é fã do finado palhaço, o que me torna obrigatório procriar para gerar mais fãs do bom menino.

Logo depois havia o testemunho do Bozo. Porém, obrigações profissionais me impediam. Mesmo assim, uma hora antes, passei no pequeno sobrado que abriga a tal seita neopentecostal, onde seria o acontecimento. Perguntei pelo Bozo e ele já havia chegado. Fui até os fundos e subi até um quarto onde lá estava Arlindo Barroso/Bozo - sentado atrás de uma mesa, com a cara pintada, mas sem a peruca, de óculos e camisa de botão meio aberta. Rodeado de uns três "missionários", falava sobre o sacode do Brasil sobre a Argentina. Do lado direito dele uma mesa de frios, daqueles bem rançosos. Do lado da porta uma coroa que deveria ser a mulher dele. Hesitei, mas acabei entrando. Dei-lhe um abraço - bitoca no nariz é o caralho - lamentei que não poderia assistir o testemunho porque tinha que trabalhar. Perguntei porque ele não coloca a agenda de testemunhos no site.

- É pra evitar fã-clube, gente com faixa, a camarilha...
- Camarilha tipo eu... Hahaha!!! Você canta nesse testemunho?
- Sim.
- Caramba, quando você volta ao Rio?
- Se tudo der certo ano que vem ele volta, com a graça de Deus - disse um dos "missionários".

Então Bozo se dirigiu à mala que estava no chão e disse que ia me dar um presente.

- Poxa, não vou ver o testemunho mas vou ganhar presente - disse (Será que é um nariz de palhaço cheio de cocaína? - pensei)

Foi então que o Bozo me deu um CD com músicas evangélicas. Me despedi num misto de exultante pelo encontro e decepcionado com o CD, que esperava que contivesse os grandes sucessos dos primórdios do Bozo.

Não foi naquele domingo que eu me converti...