2.8.06


meu iaiá!!!
meu ioiô!!!

Palmas para o SBT por mais um programa tosco, Rei Majestade. Sílvio Santos desenterrou um bando de cantores que já estavam com o pé na cova para dublarem seus sucessos pré-históricos e cantarem "coisas atuais" como "Fio de cabelo".

Beto Barbosa, Roberto Leal, Pepê e Nenê, Fernando Mendes (do "Cadeira de rodas", regravada até pelo Latino), Jani e Herondi, Kátia (a cega, é claro), Agnaldo Timóteo, Gretchen, Jair Rodrigues, Sarajane, Rosana, Leci Brandão, Perla, Robinson Monteiro, Los Maneros, Belchior, Wando, Biafra e Trio Parada Dura ressurgiram das tumbas, saíram do formol e tiraram a naftalina das suas roupas de gala para esta verdadeira arqueologia musical.

É claro que se não houvesse o Senor Abravanel não haveria a mesma graça. Almir Guineto, que se não fosse a cachaça teria sido tão bem sucedido quanto Zeca Pagodinho, falou sem cerimônia porque saiu do Rio pra se refugiar no interior paulista: "foi pra a largar a bebida".

Pra voltar a aparecer e dar o último suspiro em suas carreiras, os (ex?) artistas têm que se submeter a um geralmente constrangedor "como é a sua vida hoje". Normalmente eles coçam o saco, cuidam de um pedaço de terra, andam na praia, tomam água de côco, essas coisas ultra emocionantes. Guineto, ao menos, participa do "pagode da vela", roda de samba que só acaba quando uma vela acesa no meio da mesa acabar.

Há alguns deslizes como a participação do Ravel, que fazia dupla com o finado Don. Nenhuma referência ao rótulo de músicos da ditadura foi feita. Plausível, já que SS era "assim" com os militares, caso contrário não teria conseguido a concessão pro SBT. E tome Ravel cantando "Eu te amo meu Brasil"...