PARABRISAS DO FRACASSO
Poucas coisas me fazem despencar da zona norte, onde moro, pra Barra da Tijuca, essa Miami brasileira sem esgoto. Uma delas era a curiosidade em dar uma sacada no show dos PARABRISAS DO FRACASSO. O escracho começa no visual. Os caras tocam fantasiados de Batman, sapo, elefante e caveira. A última é remanescente das ruínas do World Trade Center, como o vocalista faz questão de frisar. No repertório trash-brega-infantil, Balão Mágico (Superfantástico), Herva Doce (Amante profissional), Sidnei Magal (Sandra Rosa Madalena) e Dominó (Manequim). Mas a melhor parte é quando tocam os comerciais. Aí tiram coisas do baú, como as músicas do Babaloo, piscinas Toni, balas Kids, Estrela, Cremogema (cre, cremo, cremo, cremogema / é a coisa mais gostosa desse mundo). O do Pálio tem direito à encenação do peixe acompanhando o carro. Os pitboys são homenageados, afinal estamos na Barra. Macho Man vira Eu sou pitboy: Eu sou pitboy, o Clodovil é o meu herói. Os rapazes chegados a um esfrega esfrega no tatame ficam com uma vontade louca de soltar a franga. Ui!
SERVIÇO: Barril 8000 do Shopping Downtown, aquela favela no começo da Avenida das Américas. Quinta e sexta às 11 da noite, mas é bom chegar antes pra pegar lugar. Paga só 3 pau de couvert (no jornal O Globo diz que é 5, mentira do Roberto Marinho).